sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Blacks go out.

Sexta-feira 13. Meu dia da sorte. \o/

Vidinha mais ou menos. Tá tudo tão calmo, tão calmo, que chega a assustar. Semana que vem é a última semana de aula; na outra, viajo para Brasília e no domingo desta semana de Brasília, ainda faço o vestibular da UFF. Na semana seguinte a essa, ENEM e apresentação de monografia. Pode não parecer, mas minha vida está tão, mas tãão calma... [e isso nem é ironia] Minha paz interior me faz esquecer de lutar por certas coisas, como por exemplo passar de ano. Mais zen do que nunca.

Enfim, tá tudo na mesma. É ótimo quando você já tem emprego garantido, e por enquanto caga um pouco pro futuro, está feliz e tmeporiariamente parece que não lhe falta nada na vida. Isso é maravilhoso. =DD

E hoje me atrevo a repetir, devido ao apagão de terça, um poema já postado aqui anteriormente. =D

Silenciosa, vem a madrugada,
Poucos são os passos
Pelos cantos, amassos
Amaciam essas calçadas.

Andam, vagam
E num beco qualquer
Um homem, uma mulher
Em busca de braços e abraços
Fundem-se, criam laços.

Imapcientes, tragam
Andarilhos pelas ruas
Toda gente, nua, crua
Protegidos, quiçá, despidos
Pela rainha do manto negro, a Lua.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

[Re]Colorindo o cinza cor do céu.

Já consigo sentir os ares de novembroo... Que mês belo, que mês belo [e igualmente tenso pra mim]. Ajustes finais da monografia, vestibular da UFF, preparação para o ENEM, últimas provas de História, de Geografia... Ai, pensar que nunca mais vou ver isso na minha vida por obrigação me deixa tão, mas tããão feliz. Não vejo a hora de me entregar ao que mais gosto *-*. De estudar a vida [no sentido biológico, óóóbvioo]. Biológicas é o que há, mas sentirei saudades de Filosofia e de Matemática. ='(

Bem, desviando o assunto, é engraçado você acordar e de repente não sentir aquela mágoa, aquele rancor, aquele desejo de vingança. É sempre engraçado algo mudar da noite pro dia. Sabe, reparo que o processo de libertação, pelo menos comigo, não passa de um processo para que eu possa me aprisionar de novo. É muito bom se libertar, muito bom mesmo, só não sei se é melhor do que se aprisionar. Efêmeros personagens, até quando vos atrairei? Hoje, pelo menos por enquanto, eu me sinto livre.

Talvez esse seja o momento em que eu paro de escrever. Paro mesmo. A escrita necessita de certo sofrimento e se você não sofre, você não consegue escrever. Comigo é assim. Nada de angústia, tristeza, nostalgia, nada que me motive a escrever. Provavelmente ficarei durante um bom, booom tempo sem postar aqui, a não ser que me dê vontade de falar sobre o meu dia. Inclusive estou com o projeto de um blog novo. Mas creio que poesias e versinhos gays não sairão tão cedo...

Por falar em coisinhas gays, domingo teve a parada gay. Foi fooooda! Selinhos em Drag Queens à parte, foi muito bacana. Praia de 10hs às 22hs. Bem, mas pegar sol que é bom, nada. Choveu pra cacete. Bebi horrores, muito mesmo. Conheci pessoas bacanas, interessantes e absurdamente loucas [ai ai, advérbios de intensidade]. Eu estava tão bêbada que cantei até axé [vergonha], e além disso meu ADH nunca foi tão, tão inibido. Banheiros químicos podem salvar a vida de pessoas! Um salve para os banheiros químicos. Enfim, cheguei em casa um bagacinho, mas valeu suuuper à pena. Comunidade gay, mara.

Ontem não fui ao estágio para ir à praia com uma certa pessoinha [:)]. Inventei lá no estágio que estava doente. PUTA QUE PARIU, por que inventei essa merda?? Por que não dei qualquer outra desculpa? Hoje eu acordei com a minha amidalite atacada, ela não atacava há uns 4 anos! Minha garganta está praticamente fechada, eu não consigo comer [que absurdo, eu NÃO CONSIGO COMEER! Mas mesmo assim forço a entrada de comida, óbvio, o que deixa minha garganta mais fodida.], e já apresento dificuldades pra respirar. Minha garganta está realmente obstruída. Febre eu ainda não apresentei, mas é questão de tempo. Resultado: hoje não fui pro estágio e realmente tenho motivos pra dizer que é por motivo de doença. Imagine o caos: eu flambando aquelas alças sujas de aspirado traqueal, cheias de Streptococcus pyogenes, com meu organismo debilitado, inspirando deliciosamente aqueles aerossóis de bactéria?? Uhúúl, isso iria me deixar bem, bem mal. Bom, quem sabe assim não continuo escrevendo a minha monografia?

Quero postar um texto mas estou com muita, muita vergonha, acho que não postar porra nenhuma. Acho que este texto eu vou postar no outro blog. Vergonha demais pra postar aqui. =p Acho que vou acabar postando algo bem fossa mesmo, mas que fique claro que é de algum tempo atrás. ;D

Escrito em 01/09/2009.

Esse cinza me entristece
Ofusca o brilho das demais cores
Em meio ao preto e o branco aparece
Enfeitando alheias dores.

Cinza que esconde o céu estrelado,
Cinza é a cor do meu céu
Transparece o sol meio apagado
Iluminando o meu chapéu.

Cinza é a cor do meu desapreço
Da minha angústia, do meu anseio,
A cor dos poemas que bem conheço
Do que eu escrevo, mas não leio.

Há quem diga que cinza é a imensidão
O escuro, o obscuro, a incerteza,
É medo presente no coração
De quem se refugia na tristeza.

Ah, eu estava pensando, pensando... Aí me deu vontade também de postar uma outra coisinha. Não tudo, mas só um trechozinho. Às vezes sinto que preciso me livrar aos poucos das coisas; eu realmente preciso. Bem, o que vou postar agora foi escrito em 29/08/2009. Agosto foi realmente um mês muito produtivo. Não sei, mas acho que odeio agosto.


[...]

Distraída, contemplei a paisagem
Meu olhar em seguida se desviou
Eu fitava mais um efêmero personagem.

[...]

Diferente, aquela despedida não era fatal
E cada palavra sua me reconquistou
Tudo era tão bom que nem parecia real.

Um profundo olhar e o último adeus
Deu-me as costas, se virou
Foi a última vez que vi os olhos seus.

Seus passos, já não se podia ouvir
Como aquela rua, um pedaço de mim calou
Via aos poucos sua imagem se esvair.

No horizonte, você sumia
E o brilho do meu olhar se apagou.
Em frente, eu seguiria.

Sai o sol, a lua adormeceu
Posso ver os restos da noite que passou
Os pedaços do que em mim, morreu.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

“I’m just a jealous guy.”

John Lennon.

Hoje foi um dia bem normal. Mas, como todos os dias da minha vida, não podia deixar de ter algo bizarro. Na verdade não é nada bizarro. Bizarro porque eu sempre acho que o Universo está em sintonia comigo e eu estou em sintonia com ele; uma sincronização bizarra, mesmo! Acho que Deus é isso, é essa sintonia bizarra [estou exagerando no “bizarro” hoje] que une todas as coisas no Universo. [/drogas] Sabe quando parece que tudo no mundo fala com você, quando parece que todas as situações que ocorrem na sua vida querem dizer alguma coisa pra você, mesmo quando, a primeira vista, não pareça? Então, isso tem acontecido com uma freqüência fora do normal comigo.

Meu professor de Matemática [olha isso, de Matemática!] começou a falar de autonomia. Autonomia, sabe, em nossas ações, nossas decisões... Tomou quase que uma hora da nossa aula falando sobre isso [eu já impaciente, seca, como um viciado em abstinência, querendo altas doses de geometria analítica]. Uma fala dele, em especial, mexeu bastante comigo. Pode ser bobo, mas mexeu comigo. Ele disse que não é digno de admiração aquele que não peca não porque opta por não pecar, mas porque se priva de tudo o que possa o expor ao pecado. Admirável é aquele que se expõe ao pecado, o enfrenta e não se deixa levar por ele, é aquele que se deparou com uma situação em que ele poderia pecar ou não e escolheu não pecar. E é a mais pura verdade. Eu trouxe isso pra minha vida. Tenho passado por muitas situações assim, em que eu as supero não porque as enfrento, mas me tranco, fujo, para não ser afetada por elas; ignoro a existência delas. Eu realmente creio que as coisas não acontecem por acaso, era pra eu ter ouvido aquilo ali, naquela hora. Eu precisava ouvir.

A propósito, estou escrevendo uma carta muito foda pra entregar ao Márcio no último dia de aula, eu sinto que preciso. Ele deve saber o quão importante foi/ está sendo pra mim ao longo destes três anos. Ele contribui ENORMEMENTE pro meu amadurecimento e pro meu crescimento pessoal. Ele me apresentou Freud, Focault, Psicanálise, Filosofia da Matemática; ele chegou a me fazer pensar em cursar Matemática na faculdade, olha que absurdo! Quando ela estiver pronta, eu posto aqui [talvez]. Só um parêntese: tadinho, na quinta-feira passada foi aula dele também; eu estava indo embora quanto encontro com ele indo para o colégio. Ele disse: “Você tá bonita hoje” [acho que é a primeira vez que vi o Márcio elogiando alguém ao invés de esculachar], aí eu mando uma assim: “Obrigada. Bonita para matar a sua aula.” ’ Coitado, ele nunca mais vai elogiar ninguém. O pior de tudo é que eu REALMENTE não assisti à aula dele naquele dia. Achei que hoje ele fosse ficar puto comigo, mas nem ficou, sorriu pra mim, me deu um abraço e tudo. Ah, ele me adora, vai! Ele disse que é impossível ser normal naquela turma estudando com uma pessoa que lê Wood Allen e é completamente despirocada [vulgo eu]. Disse ainda que a humanidade se tranca, se aliena pra não ter que encarar a existência de malucos/psicopatas como eu. “Seu nascimento foi a assinatura da sentença de um mundo perdido. Esse dia vai ficar entrar pra História. Você não presta.” Essa excrotice dele faz dele um dos caras mais fodas do mundoo! Adoro pessoas excrotas. *reverências*

Vamos à diante na lista “Coisas estranhas que só acontecem a Lary”. Um cara que, nunca falei na vida, que nunca vi na vida, me parou na rua, virou pra mim e disse que eu estava numa fase de transição da minha vida, uma fase muito conturbada, turbulenta e que muita gente precisava de mim. Mas que, antes, eu precisava resolver a minha vida, resolver coisas que só eu podia resolver pra daí então, ajudar essa gente. Disse que eu precisava primeiro cumprir/completar o meu karma [que merda de karma é esse? Em vidas passadas devo ter sido muito filha da puta, uma destruidora de casamentos, lares e famílias, né?] antes de fazer qualquer coisa, de ajudar qualquer um, antes de estar liberta para a minha vida, de ser “feliz pra sempre”. Disse um “tchau, Laryssa”, virou as costas e foi embora. Como assim? Que diabos é isso? Como ele sabe meu nome? De repente parece que todo mundo sabe o meu nome, sabe da minha vida, porra! Que merda é essa? Todo mundo sabe mais da minha vida do que eu. Eu por acaso tenho uma placa escrita na testa “Por favor, me parem na rua e leiam a minha sorte/ meu futuro? Ps.: Não se apresente nem diga boa tarde.” E já não é a primeira vez que isso acontece comigo. No meu aniversário [há exatos 75 dias] aconteceu a mesma coisa...

Enfim, esquisitices a parte, acho que estou evoluindo em algumas coisas e regredindo em outras, certa pesso que o diga [¬¬’]. Fico triste de ver que não tenho maturidade pra enfrentar certas situações, em me ver apenas como uma menina. Como se não bastasse, mimada, muitas vezes. E talvez eu realmente não passe de uma menina. Sabe, você buscar sempre a maturidade perfeita e perceber, de repente, que você é um ser completamente imperfeito e que terão sempre situações em que você não terá maturidade pra enfrentar, mas irá adquirir; outras em que você não terá e não conseguirá adquirir maturidade pra enfrentar, porque você não é perfeito, porque muitas vezes é cabeça-dura. Eu percebi também que talvez eu esteja no início de uma nova crise existencial. =\ Oh, merda! Antes dos vestibulares NÃÃO!

Mais um enfim e eu acho que posso postar meus textos. Bem, na verdade, eu não ia postar as poesias que postarei, eu troquei de última hora, última hora mesmo. Como quase tudo o que escrevo, nenhuma das duas tem título. Não tenho criatividade pra títulos e também não quero nada clichê [apesar de eu ser clichê muitas vezes =p]. A data de uma não importa, nada importa. E a da outra, bem, esqueci de colocar quando escrevi =\.

Obs.: Só estou postando essas coisas porque hoje é hoje, eu estou bem para fazer isso. Se fosse qualquer outro dia, eu com toda certeza não postaria.

Viver de lembranças
É coisa que ninguém quer
Mas quem sabe a criança
Que habita a alma da mulher?

Contra um sopro de esperança
Um vendaval de realidade.
Quem é que não balança
Ao andar pelas ruas desta cidade?

Nossos abraços e amassos
Desenhados em todos os muros
Por onde passo, nos refaço
Em cada canto escuro.

Recuperando a cada esquina
Os abortos da memória
Em meu peito, como um filme, desatina
O flash back daquela história.

A próxima é bem pequena, sucinta, saudosa e igualmente sincera.

Na caixinha, guardo a fotografia
E os escritos de um bar
Revejo tudo ao som da melodia:
Refrões de bolero me fazem lembrar.

Ouço com atenção, paciente
Juro que não é inconseqüência
Mesmo que pareça incoerente
É doce a tua ausência.

Ainda guardo a fotografia
E assim, pro teu sorriso posso olhar
Ele flui ao som da melodia
Refrão de bolero me faz lembrar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

À linda mulher que me protege.

Caramba, é incrível perceber o quanto a minha vida está mudando, e mudando pra melhor. Não tenho muita coisa pra dizer hoje, só sei que estou mais ligada ao meu lado espiritual, mais ligada do que nunca e isso é bom, me faz bem. Sinto-me satisfeita, preenchida. (:


Amargo Caminhar

Contemplava distraída o caminho deixado pela trajetória irregular das tristes gotas refletidas no espelho. Ao final, podia sentir no canto da boca o salgado gosto da dor. Sabia que se pudesse sentir o gosto do sentimento de abandono, ele seria amargo. Como compreendia não poder prová-lo, apenas sentia a sua presença, pulsante dentro de si, fazendo com que os batimentos de seu coração se transformassem em um incômodo latejar.
Com o tempo, o gosto ia se tornando agridoce. Era confortante saber que ainda conseguia encontrar os pequenos diamantes quentes escorrendo já sem pressa e sem vontade pelo seu rosto mal-tratado. Sentava de pernas cruzadas, com seu olhar vazio, fundo de dor, raso de lágrimas, buscando o menor vestígio de algo bom em que pudesse se agarrar. Não achava. Pensou em um novo caminho e sentiu a ânsia de tê-lo para si, na tola tentativa de se sentir melhor.
Paralisada, ficou contemplando o caminho recém-formado. Entre medos e dúvidas viu um novo jeito de caminhar. Uma linha vermelha vibrante desenhava rios em seu pulso que terminavam no chão, em pequenas gotas solitárias. Mergulhada em toda a sua indiferença, ela compreendeu que o fim era inevitável. Se matar um pouco às vezes é essencial para que se consiga continuar a viver.

Texto adaptado escrito por Mayara Veloso. (:

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mais do que um título, preciso de nome para fármaco.

Eu tô meio esquisita hoje. Nem bem, nem mal. Odeio me sentir assim, odeio ter um certo controle sobre o que eu sinto. Eu não sirvo pra isso, só tenho vocação pros extremos.

Bem, pra começar, eu só faço merda. Ou não. Não, sim, sim, eu só faço merda. Se você pudesse interferir no livre arbítrio de alguém, o faria? Vocês acham que os fins justificam os meios? Bem, eu sempre achei, mas agora estou levando isso mais a sério, de forma assustadora. Vocês sabem que quando eu cismo com algo/alguém, fudeu, não há quem me faça desistir, só eu mesma. E sabe, por enquanto não quero desistir de nada não, de nada mesmo. Não sirvo pra isso. Esse verbo não existe no meu vocabulário. Admito que sou orgulhosa demais pra desistir. Eu finjo que esqueço, deixo quieto, mas isso não passa de uma estratégia. Na verdade, irei revelar o meu grande segredo [que aliás não é segredo nenhum pra ninguém, afinal, é assim com todo mundo, ou pelo menos com a maioria das pessoas]: a minha vida é movida em função dos meus desejos e das minhas vontades. Imagine o gráfico disso: um caos.

Eu tenho muito medo da decisão que acabei de tomar, talvez ela não seja justa. Ah, justa? Justo o mundo não é. Bem, me desejem sorte. A decisão já está tomada. Quem sabe eu não acabei de fuder a minha vida toda?

Obs¹.: estou prestes a inventar uma pílula [que na verdade não é vacina, mas um soro, o que é muito diferente] anti-amor. Divulgarei quando estiver pronta. Enfim, meu projeto dando certo. Em fase de pesquisa. Contra-indicado para indivíduos com alterações hormonais.

Obs².: O Obs¹ é sério!

Havia neste triste rosto
um sincero sorriso, sorriso meu.
Hoje me fito no vidro fosco,
é escárnio, meu sorriso morreu.

Em cada movimento
meu, há um loucura latente,
vejo que não há momento
em que eu aja racionalmente.

O vômito suja a imagem refletida
em meio a cigarros e comprimidos,
ao nada e ao absinto acometida,
julgo os momentos que foram vividos.

Vejo-me diante daquela criança,
eu, a criança adulterada.
Entre sopros e ventos de esperança,
sigo solitária e amargurada.

Escrito em 27/08/2009.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vontade de dançar até amanhecer.

Lalala está chovendo, chove muito, muito, muito. Gosto tanto de chuva... (: [suspiro]
Hoje eu não estou bem, não, não estou. Mas o bem é no sentido de normal, porque estou me sentindo ótima hoje! Tudo bem que as coisas estão meio fora do lugar, mas com calma, tudo se ajeita.

Tenho vontade de falar o dia todo sobre o que eu faço, sobre o que eu tenho feito, sobre o que eu gosto de fazer: cultura de bactérias. *-* Ah, como são belas as bactérias... Ontem elas até me causaram uma dor de garganta, e por isso não fui para o estágio hoje. Ah, Streptococcus pyogenes, eu e você como unha e carne. =\ Merda. Ainda sim, gosto delas. Bacteriologia me faz flututar, me faz entrar em êxtase, é meu 3,4-metilenodioximetanfetamina. hahaha Elas me deixam tão confusa e tão encantada... [tocam sininhos] =p

Final de semana cheio de programas gays. Hoje, bar gay; amanhã, festa gay. Meu Deus [é melhor deixar Deus fora disso], esses meus amigos me destroem. hahaha Enfim, pra combinar, poesia gay. \o/

Escrita em 03/10/2009.

Uma delas

Logo que acordo pela manhã
Peço a Iansã uma ajuda,
Um forte vento ventado
Que a deixe desnuda.
Quero ver teu corpo puro,
Bem do jeito que se formou
As tão perfeitas curvas
Que Deus, sabiamente, desenhou.
E sai por aí nos remelexos de amor,
Nas rodas de samba, em cada esquina,
Conquistanto, encantando,
Mulher de beleza divina.
Não é só bonita, é bela,
De andar desinibido,
De sorriso envergonhado,
De discurso cuspido.
Ela está nas músicas de Chico
E agora até na minha inspiração
Não sei se é amor ou simples reação
De um solitário coração.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Come as you are, as you were...

Bem, eu não sei ao certo o que escrever hoje, tô um pouco confusa, estranha. Começamos pelos fatos do final de semana? Ah, tá. Bem, ENEM adiado, ok. Isso aumenta um pouco minha angústia, fato. O pior é que se eu tivesse feito essa prova, teria ido bem pra cacete, ela estava ridícula. Passarei dois meses angustiada, fato. Sexta-feira, duas garrafas de boêmia tentaram me matar. Legal, escapei com vida das duas. Sábado, nada de bom. Exercícios de física, um texto, mas tudo não muito certo. Domingo? Um belo descarrego, reencontros felizes, um gato. Ganhei um gato ontem. Ai, gatos me detestam, mas esse parece que gostou de mim. "Que bonitinho, quando ele faz aniversário?" "Ah, 12 de junho." Merda, acabou com a porra do meu dia. Bom, o nome dele pode parecer feio, mas tem um motivo especial. De início seria Ícaro, porque eu amo esse nome. ^^ Mas lembrei que era dia de São Francisco de Assis, protetor dos animais, então ficou Chico. Que mudança, não? Chico é o meu bebê. Graças à ele, agora eu tenho o que comemorar no Dia dos Namorados. Justo um gato?? Cachorros têm muito mais a minha cara; eu não tenho personalidade pra ter um gato. Mas eu gostei dele. =)

Hoje estou meio dramática, isso é fato. Meu coração parece que vai explodir. Acho que os meus sentimentos não cabem no meu coração. Não, não cabem, ele é pequeno demais. Eu tenho escrito algumas merdas. As pessoas me deixam confusa, aliás, as pessoas são confusas. Adiciono à minha lista de piores sentimentos do mundo, a rejeição. Bem-vinda, amiga. =) Bem, ao todo, uma força com aceleração de 10 m/s² me empurra pra baixo, mas eu supero isso, eu sou mais forte. ;D

Eu sinceramente não sei o que postar hoje, tô enrolando pra ver se penso em algo. Já sei, vou postar dois textos.

Escrito em 27/08/2009.

Doces momentos os das tuas palavras
Sinto em minha pele o teu versejar
Palavras tão sentidas, afáveis
Encantavam-me, deixavam-me sem ar.

Vejo que a felicidade estava aqui
Penso “como pude deixá-la fugir?”
Não, minha memória a aprisionou
Fecho os olhos e a deixo vir.

Lembro do teu coração, as batidas
Do que foi bom, as noites de amor
Ainda amar-te-ei platonicamente
Só de olhar-te, lembrar teu sabor.

Amar-te-ei em segredo, em silêncio
O meu mundo, encher de fantasia
Amarei um amor sentido e escrito
Amor todo em forma de poesia.

O próximo, foi escrito no dia 04/10/2009. Se chama "Google pessoal". =)

“google” pessoal

Procuro-me em minhas idéias,
Pensamentos e discursos
Por vezes contrários e confusos.
Acho-me parcialmente.
Procuro-me no homem que idealizo,
Em quem eu amo, em quem eu quero,
Naquilo pelo o que espero.
Acho-me parcialmente.
Procuro-me em cada mulher
Nas abomináveis, sujas, sádicas,
Nas ricas, inteligentes e trágicas.
Acho-me parcialmente.
Procuro-me no silêncio de uma conversa
E nas conversas barulhentas e vazias,
Na ladainha nossa de cada dia.
Acho-me parcialmente.
Procuro-me nos livros e dicionários,
Na redundância dos poetas,
Em jornais, tablóides e cartas abertas.
Acho-me parcialmente.
Procuro-me em você,
Em mim,
Em todos, enfim.
Acho-me parcialmente.
E eu já não sei pra onde vou
Ou do que eu possa fazer parte
Vou pra Vênus ou quem sabe Marte,
Pra um lugar diferente, sem gente
Pra ver se me encontro totalmente.

E pra finalizar, uma música. =)

Maybe I'm Amazed.

Maybe I'm amazed at the way you love me all the time
Maybe I'm afraid of the way I love you
Maybe I'm amazed at the way you pulled me out of time
And hung me on a line
Maybe I'm amazed at the way I really need you

Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something
That she doesn't really understand

Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me
Baby won't you help me understand

Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you

Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something
That she doesn't really understand

Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me
Baby won't you help me understand

Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Queria ouvir "Yellow", mas só me restam blues

Tantas coisas têm acontecido que nem me sobra tempo pra escrever, não sobra tempo nem pra pensar em mim, não sobra tempo pra pensar em nada [graças à Deus], minha cabeça anda a mil... O engraçado é que na semana que supostamente eu não deveria escrever, eu resolvo aparecer. Isso é Laryssa. =)

Enfim, assim como ondas de azar me pegam, ondas de boa sorte também me pegam [e que isso saia bem baixinho, pra que as marés não mudem], mas acho que isso é mais reflexo de uma promessa que eu fiz a mim mesma semana passada: a partir de agora, meu objetivo é ser a melhor em tudo o que me proponho/comprometo a fazer, assim, darei o máximo de mim em tudo o que eu fizer. Acho que isso é o que faltava na minha vida [não só isso, mas também], acho que muitas coisas vão melhorar agora. Sabe, o costume à mediocridade é um problema seríssimo, eu me acomodava. Mas agora vai ser diferente, aliás, já está sendo. Por incrível que pareça, esse pensamento já mostrou sua eficácia em menos de uma semana.

Descobri anteontem que a minha monografia já tem quarenta páginas, e sem contar com as entrevistas e com a discussão. Eu finalmente consegui marcar as entrevistas. =D Acho que em um mês, ela está prontinha, linda e maravilhosa. Sabe, eu nunca me dediquei tanto a uma coisa como eu estou me dedicando a ela, e é difícil chegar no final e ainda gostar do assunto sobre o qual se escreve, e eu consigo ficar a cada dia mais encantada com ele, eu passaria a minha vida toda falando sobre ele, meus olhos brilham quando falo da minha monografia. Ela só não me faz mudar o encanto que sinto pelo corpo humano e em especial pela genética, e é por isso, só por isso que não farei antropologia.

Como eu ia dizendo, a minha dedicação me resultou há algum tempo, na possibilidade de publicação de um artigo e agora, numa bolsa de iniciação científica na área de gênero. *-* Eu não acredito até agora... E ela ainda nem está pronta. Acho que o que tá me fazendo dar a minha vida por ela [olha, que exagero] é a expectativa que as pessoas criam em cima dela. Isso é bom e ruim. É ruim porque às vezes as pessoas esperam por uma coisa que não é bem tudo aquilo, mas é bom porque você vai dar o melhor de si para superar as expectativas, ou pelo menos correspondê-las.

Sabe, é legal ver o resultado [aliás, não é o resultado ainda, enfim] de um trabalho bem feito, ou pelo menos ver que você se esforçou ao máximo para conseguir algo. É adorável você ouvir do seu professor de física, um cara que você admira, tanto como pessoa quanto como profissional, um cara em quem você se inspira, que ele admira muito você. Isso é realmente muito bom.

Bem, e ENEM está aí, pra fudeeeer geral. Não sei ainda há tempo de fazer valer a minha promessa pra essa prova, já que é a matéria de três anos perdidos. Mas eu acredito que falta de tempo é desculpa dos incompetentes e não creio que eu seja uma. Então, sábado e domingo, eu vou dar o melhor do que tenho aqui, agora [ou o melhor do que eu tiver até lá], e sei lá, seja o que Deus quiser. Com sorte, o tema da redação será "igualdade de gênero", "feminismo" ou algo do tipo, ou até quem sabe, Darwin. :D

Bem, hoje eu vou desovar algo que escrevi em agosto [que mês bizarro]. Sobre certas coisas, não quero falar.

Escrito em 09/08/2009.[/bizarrice]

Minha poesia está vazia
Da minha memória,
Seu rosto se esvaía.
Seria uma bela história.

Lembro que ao teu lado
Eu era feliz, eu ria.
No teu adeus, já desbotado,
Meu sorriso morria.

Eu já me acostumei
Há quanto tempo,
Eu já nem sei
Tudo jogado ao relento.

Num canto qualquer
Sinto o teu cheiro,
Teu gosto de café,
Sinto teu corpo por inteiro.

Posso ouvir nossos passos
Uma certeza se faz em mim
O calor dos teus abraços
Parecia não ter fim.

Memória, nostalgia
Deitada em teu peito
Lembro que me desfazia
À tua moda, do teu jeito.

Lembro tua ternura,
Foi em mim que a esqueceu
Além da doçura
Dos beijos que me deu.

Nosso amor, nossa alegria,
Não pense que morreu.
Apenas viraram poesia,
Eternizaram-se, num lugar só meu.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

'Cause I found myself.

Vou começar com uma música que eu simplesmente a-d-o-r-o:

"Chega de fazer fumaça,
De contar vantagem
Quero ver chegar junto
Prá me juntar, é!
Me fazer sentir mais viva,
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mi'léguas
Sem descansar
Quero ver
Se você tem atitude,
Se vai [me] encarar."

Músicas a parte, estou especialmente feliz hoje, apesar de toda correria, de toda a pressão [não muito boa] em cima de mim, eu ando feliz. Hoje vou postar algo ruim, algo pesado, um sentimento que era meu, pra contrastar com o que eu tô sentindo agora, pra ver que "tudo passa, tudo passará..." e que ontem eu estava mal, mas olha só eu aí, feliz, literalmente fazendo jus ao meu nome, "cheia de alegria". =p Desejo a todos a felicidade que estou sentindo, a felicidade sem motivos.

Escrito em 08/08/2009.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Poema mudo.

Sabe, eu tô cansada, eu ando meio desanimada. Antibióticos acabam comigo [eu só faço merda]. Vou te falar que a cor nova do meu cabelo não está me fazendo muito bem, eu ando meio aleatória, com uns surtos [diferentes dos normais], com crises de risos bizarras seguidas de uma vontade absurda de chorar. É, eu tô estranha. hahaha Bem, faz parte só das quedas absurdas de estrogênio e progesterona [quero acreditar que seja só isso, que isso em breve vai passar].
Eu gosto muito da poesia que vou postar hoje, tenho um carinho especial por ela. Pra mim, ela é especial. Foi escrita dia 29/08/2009.

O vazio ecoou a minha voz
Que chegou aos montes mais distantes,
A penhascos, a uma enorme foz
Não há ninguém pra ouvir.

Tranquei-me, eu na minha certeza
E certeza é boa de se ter.
Não há tormento, não há tristeza,
Também não há quem me tire daqui.

Pensei os pensamentos mais banais,
Sem pudores, não há quem me censure.
Cheguei às conclusões mais geniais
Mas não há ninguém pra ouvir.

Fiz as mais belas prosas e poesias
Explorei o inexplorado e inexplorável,
Quero sair, espalhar as minhas alegrias
Mas não há quem me tire daqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aí eu disse: "Quem tem medo é você"

E agora, será que alguém tem coragem de seguir em frente e nos explicar? Será que alguém seria capaz de se expor ao risco de ser feliz? Perguntas que aparentemente são idiotas, mas ao meu ver, muito plausíveis e é isso o que me faz achar tudo isso uma grande idiotice. Vamos lá, hoje eu estou inspirada...
Estou indignada, estou de TPM e a fim de demonstrar a minha revolta. Eu não costumo escrever coisas junto aos meus textos nos posts, mas hoje eu preciso. Quando guardamos muita coisa, quando observamos, só observamos os fatos e ficamos calados, formando juízos acerca daquilo o que vemos e esse juízo não é colocado pra fora, não é vomitado, estamos construindo uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento. Hoje, eu sou uma bomba relógio em contagem regressiva, e chegou a hora de eu explodir.
Algumas coisas têm me irritado profundamente ultimamente. Eu estou de saco cheio da forma como as pessoas olham pra mim, como as pessoas me vêem. Não agüento mais a forma como as pessoas subestimam as minhas vivências, as minhas experiências, de saco cheio de pessoas que se super-valorizam, que por terem, segundo elas, “vivido mais” acham que são superiores a mim. Há quem diga que sei pouco da vida, que vivi pouco, que experimentei poucas coisas. Pode ser que sim, sim, eu sei pouco da vida e eu tenho consciência disso, mas isso não dá a ninguém o direito de dizer que é mais experiente do que eu. Pode ser que eu tenha vivido pouco, tenha tido poucas experiências, mas o proveito que eu tirei de cada uma delas foi imenso. O que torna uma pessoa mais experiente do que a outra não é o somatório de suas vivências, mas o somatório daquilo o que ela experimentou de fato, e apreendeu daquela experiência. Não é a simples vivência, mas a vivência refletida, como fonte de conhecimento, vivência como aprendizado, livre de preconceitos.
Viver, e só viver, não traz conhecimento nenhum a ninguém, assim como só teorizar sobre a vida e não viver por causa das suas teorias também não é sinônimo de conhecimento, de experiência. Deve-se viver e a partir dessas vivências e de sua reflexão construir o conhecimento. Não é experiente aquele que só simplesmente vive como também não é o que só teoriza acerca da vida. Estes são alienados, porque um só sabe a técnica e o outro só sabe a teoria. Podem me perguntar agora o porquê de não teorizar antes e depois colocar em prática. Isso é bem simples. Somente a teoria, formulada primeiro, com total ausência da vivência/experimentação do “fenômeno” resultaria em algo falho com uma visão muito fechada que possivelmente não corresponderia com a realidade daquele fato.
Aí entra o segundo ponto que tem me irritado nas pessoas: como podem esses “teóricos da vida” falarem de coisas que não viveram, falarem sobre como se deve viver, a melhor forma de se viver, se eles não vivem, só teorizam, se por causa das suas teorias não vivem? A hipocrisia: como pode alguém te aconselhar a fazer algo que ela mesma não faz, algo que ela não consegue fazer?? A essas, me desculpe a baixeza, meus sinceros pedidos de “vai se fuder, vai”. Por isso não peço mais conselhos, por isso não falo mais, por isso me fechei: sem palpites. Se as pessoas querem conversas superficiais, se as pessoas querem ser superficiais, então assim também seremos. Não podem exigir que sejamos o que elas não são. Agradeço aos meus cinco dedos da mão direita por não serem assim [vai, são só um pouquinho], por serem os cinco dedos [se forem cinco] da minha destra. Orgulho-me de dizer que se forem cinco, é muito. Entra agora o terceiro ponto: a amizade.
Fico me perguntando o que é ser amigo, fico me perguntando o que as pessoas entendem por amizade. A amizade hoje em dia está tão banalizada, tão banalizada quanto o amor, não sei mais se acredito quando dizem “fulano é meu amigo”, não sei mais se acredito quando me chamam de amiga. Creio que não seja de todo mal quando as pessoas afirmam isso quando não é verdade, é que o valor da palavra amizade está se perdendo. Vejo que as pessoas confundem muito amizade com coleguismo e isso é ruim. Eu queria poder ter mais amigos, mas acho que as pessoas não sabem o que isso significa, não pra mim. É melhor que seja como é, porque polidactilia é um defeito. Eu graças à Deus só tenho cinco dedos em cada mão.
O quarto ponto. Bom, por algum tempo, eu acreditei que felicidade era ausência de tristeza, por um longo tempo acreditei nisso. Não sei por que diabos, mas eu pensava isso. Pra mim, feliz era o estado em que eu me encontrava quando estava ausente de dor, e eu me acomodei a isso. Então, quando eu conseguia me livrar da tristeza, eu sentia um prazer, uma satisfação e achava que isso era felicidade, por acreditar que a mudança de um estado levava ao outro conseqüentemente, o quente ao deixar de ser quente tornava-se frio, a tristeza ao deixar de ser tristeza, tornava-se felicidade. Eu estava errada. Tola e nada ambiciosa, acomodada e muito satisfeita com a sua condição de indiferente, achando que isso era felicidade. Hoje eu sei que felicidade vai muito além disso, desse estado de indiferença. Percebi então que ao escrever alguns versos, falei merda [em partes]. Percebi, ao escrevê-los, que tenho o mesmo medo das pessoas, o que mais condeno nelas: o medo de ser feliz.
Acho curiosa e muito irritante a dificuldade que as pessoas têm de lidar com a felicidade, com a própria felicidade, acho curioso as pessoas terem medo da felicidade, medo de serem felizes, de se exporem ao “risco da felicidade”. Há aproximadamente três anos reparo isso nas pessoas ao meu redor e vinha criticando isso também, mas de uns tempos pra cá, eu parei. Quando terminei de escrever esses tais versos, percebi o meu medo, percebi a minha hipocrisia: eu condenava esse medo nos outros, e cultivava ele de forma covarde dentro de mim. Inconscientemente eu negava a possibilidade da existência da felicidade para não encará-la como real, para que eu não quisesse buscá-la, senti-la e não deixar de achar o estado de indiferença interessante e prazeroso. Uma vez experimentada a felicidade, o estado de ausência de tristeza já não seria satisfatório/suficiente para mim e então eu iniciaria uma busca incessante pela felicidade, uma busca que só me geraria frustrações. Como eu sou idiota, como somos idiotas, como somos estranhos!
Mas pensando assim, estou cometendo um grave erro: o de me privar de experiências, de viver [a felicidade], só porque eu cheguei teoricamente à conclusão de que a tendência da felicidade é trazer frustração. Que coisa mais tosca. Eu vou me privar de uma coisa só porque há a possibilidade de ela me causar frustração? Eu não vou ficar correndo atrás da felicidade, oras, sou vou aproveitá-la quando ela vier. Lembrei agora de uma frase genial de Nietzsche, que faz muito sentido: “Destruir as paixões e os desejos, só por causa de sua tolice e para evitar suas conseqüências desagradáveis, parece-nos hoje uma manifestação aguda de tolice. Não admiramos mais os dentistas que extraem os dentes para evitar que incomodem mais.” :D
Aí vai uma merda que escrevi no dia 05/09/2009.
Tão cara é a manutenção dessa tal felicidade
Exige-nos esforço máximo, força, vitalidade,
Como uma criança, um ser em sua mocidade,
Creio nessa frustração, nessa tola vaidade.

Então eu seguia valente nessa incansável procura
Até o dia que extirparam a fantasia, a minha ternura
Um dia disseram-me uma coisa difícil, coisa dura
Que buscar a felicidade é entregar-se a amargura

Mas eu sei, tudo passa, morre, tudo é fatalidade,
E a tristeza sempre vem, chega sem idade,
Roubando nossa alma, tirando-nos a liberdade,
Mostrando que dura e amarga é a realidade.

Felicidade é sentimento absurdo, meio incoerente
Quem diz que a sente não fala a verdade, mente
Não creio nem mesmo que seja dor ausente
Pois é dor em potencial, é tristeza latente.

Agora felicidade é somente um brio barato,
Algo tão fútil como uma bolsa ou um sapato,
Uma simples meta, estabelecida por um contrato
Meramente utópica, longe de ser um fato.
Acho que agora me sinto bem melhor. É como vomitar quando se tem crises hepáticas, dá um alívio. Bem, queria uma pessoa em especial lesse algumas partes desse texto, né srta Sartre-Cabeça-Dura? (: Tem que parar de inventar, de achar coisa onde não tem, meu polegar opositor! :*

domingo, 6 de setembro de 2009

Sem título, títulos não são comigo.

Eu tenho que lembrar de postar no blog, senão eu vou ficar cheia de papel no meu armário de novo. Tenho 20 textos de agosto pra postar e 3 já desse mês. Enfim, tenho que lembrar de postar. Eu sinceramente estou em dúvida de qual dos 23 textos vou postar. Enquanto escrevo, vou pensando...
Bem, ontem descobri que alguns lugares do nosso corpo não foram feitos para furar. Hoje, apesar de dolorida, estou bem, estou feliz, ganhei um livro do meu pai (tadinho, mal sabe ele que coloquei um piercing, não sabe e não vai saber). Adoro ganhar livros. *-* Mas a minha felicidade vai além de ter ganho um livro, simplesmente: pela primeira vez meu pai não me deu um livro didático ou um romance. O melhor de tudo é que o livro é de uma área que ele tem um certo preconceito, uma área que gera atritos entre a gente, uma área que ele acha viadagem, coisa inútil.
Eu fiquei surpresa e muito feliz porque entendi isso como um pedido de desculpas pelo preconceito dele, da meneira dele, óbvio, sem falar nada. Acho que no final, acabei com o preconceito dele, ou ele se deu por vencido, de saco cheio de mim. O que importa é que, vencendo pelo cansaço ou não, com muita paciência e um jeitinho, eu sempre consigo o que eu quero! :D
Por falar em paciência, tive uma idéia. Acho que vou postar uma crônica que fiz há algum tmepinho já, se eu achar. (15 minutos depois...) Ah, aqui está ela. A sorte é que guardo todos os meus trabalhos durante 3 anos, senão já tinha jogado a coitada fora. (:
E postar o que eu tenho aqui pra postar, nada. :p
Eu já disse, sem título.
Pode ser de "monge" ou de "jó", mas a questão é: hoje em dia, quase ninguém tem. É uma virtude, pode ser encontrada em alguns recipientes de matéria orgânica pensante e está a princípio, disponível para o consumo de todos. Um bem tão valioso quanto a água potável e está se tornando tão escasso quanto. Quando algum recipiente tem excesso, as pessoas abusam, abusam, abusam dele, o consomem até não poder mais. Uma hora ele acaba. Poucas vezes pode ser renovável, pouquíssimas, depende muito do seu recipiente.
A vivência revela que atualmente, os frascos destinados ao armazenamento desta substância só são capazes de fornecer de nenhuma a três doses, variando com o tamanho da dose. Há recipientes que já são produzidos sem nenhuma quantidade dessa virtude, e tentar consumir uma dose, por menor que seja, pode gerar efeitos colaterais desagradáveis. Nestes casos, tentar a sorte pra ver se sai uma gotinha pode ser perigoso.
Não é recomendado que se abuse do mesmo frasco mais de duas vezes, e nos casos de pessoas muito devagar, que demoram a se arrumar e que vivem atrasadas, é totalmente contra-indicado que se tente abusar pela segunda vez do conteúdo do frasco; para essas pessoas, a dose é única, variando com o nível da substância no frasco. Essa droga deve ser administrada com cautela, respeitando os limites de cada recipiente.
Não há como saber precisamente se os frascos estão cheios, há como saber o quão vazios eles estão. Frascos que não tem "tempo a perder", estressados, e os que vivem na companhia de um relógio não são recomendados para quem precisa de doses altas ,pois provavelmente estão com os níveis da preciosa substância baixíssimos. Bem, e como "tempo é dinheiro", aproveite enquanto os recipientes não começam a cobrar pelo seu conteúdo.
Escrito em 16/04/2007.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ponderações acerca de agosto.

Foi escrito em 09/08/2009, mas achei melhor postar no último dia do mês. :)

Peno, sofro em meio a agosto
Meu ócio não é nada produtivo
De má vontade e mau gosto
Escrevo versos de modo furtivo.

Uma tristeza e uma epidemia
Em agosto, grande ócio
É, agosto me causou alguma alegria.
Epidemia às vezes é bom negócio.

Agosto de dias preguiçosos
No futuro, será que me lembro?
Ai, dias tão ociosos,
Deixando tudo pra setembro.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sobre mutualismo e outras relações.


A foto cai bem porque são duas borboletas acasalando. *-*

Bem, com esse título não preciso dizer mais nada. :p

Meu desejo aflora pela minha pele,
Pelo meu suor, pelos meus dedos
Faz com que eu me sirva, me entregue
À ele sem pudor ou medo.

Louco amor, insistimos em fazer
Alimentamo-nos de nossos desejos
Na incessante busca do desperto prazer
Perdemo-nos em meio às carícias e beijos.

Eu não nego, me entrego, eu me dou
E do meu corpo, ele se alimenta.
De tudo o que cresce, do que vingou
É o desejo dele o que me sustenta.

Para alimentar minha poesia,
Ao meu lado, ele se deita
Produzindo matéria, sugando energia
Fazer amor, simbiose perfeita.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mundo Grande.

De Carlos Drummond de Andrade.

Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Visite as diferentes cores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem...sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! vai inundanado tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos - voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que os homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei a voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstantes exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
- Ó vida futura! nós te criaremos.

Fico me questionando: "Por quanto tempo ainda pensarei assim?"

domingo, 23 de agosto de 2009

Traição

Coisas engraçadas acontecem. Hoje escrevi uma poesia, e quando a terminei, me vi traindo uma das coisas que mais acredito, em partes. Revoltei-me contra Heráclito. Bizarro, não? Logo Heráclito? Depois de reler dezenas de vezes o que escrevi, constatei algumas coisas. Vou transcrever a poesia e depois farei alguns comentários sobre.

Corro por entre as paredes
Que fazem círculo deste labirinto.
Nado rios de absinto
À procura da saída.

O tempo passa, nada muda
A paisagem, o rio, a água,
Até mesmo a minha mágoa,
Tudo parece imutável.

Eu acreditava na mudança,
Agora não sei se nem tudo é o que parece
Só sei que não importa por onde eu comece
Para lá, sempre voltarei.

Aquela mesma confusão
Ainda presente na minha memória
Vejo se fazer a mesma história
Sabendo eu, o fim.

Refleti sobre o que eu havia escrito. Vi-me diante de um dilema dos brabos. A questão é que eu não sei mais se toda mudança é realmente uma mudança (mudança relacionada ao ser, de qualquer coisa ou evento).


Talvez se eu disser que nem toda mudança é uma mudança, eu esteja traindo de forma brutal aquilo o que eu acredito, porque a mudança estaria sendo de certa forma imutável, ou seja, não há mudança. Eu estaria destruindo a minha crença (se é que assim posso dizer) com ela mesma. "Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio. Dissipa-se e reúne-se; avança e se retira." Heráclito de Eféso, fragmento 91.

Bem, se não há mudança no rio, na paisagem, ou em quem entra no rio, há como entrar duas vezes no mesmo rio sim. Mas aí lembrei, para não me sentir culpada, do fragmento 49a de Heráclito: " Descemos e não descemos nos mesmos rios (...)". Ou seja, com a mudança, o rio se torna diferente, se torna outro rio, mas ainda é o mesmo.

Mas podemos analisar a minha dúvida sob uma outra luz. Se segundo Heráclito as coisas são e não são (frag. 49a, antítese a fala de Parmênides), a mudança também pode ser e não ser. A mudança pode ser imutável, não surtir efeito. É uma mudança, mas que não muda nada. Acho que tudo é o ponto de vista.

Bem, antes eu tivesse parado no questionamento acerca da mudança. O problema maior é que eu citei Parmênides. Acredito que essa tenha sido a facada mor. Pensei, pensei. Não é possivel que eu concorde com Parmênides, vá contra Heráclito. Foi aí que tudo se esclareceu pra mim, que tudo se encaixou. Eu não estava indo contra Heráclito. Percebi uma coisa curiosa.

Fiz referência ao fragmento 5 de Parmênides "Pouco me importa por onde eu comece, pois para lá, sempre voltarei novamente." E de fato, acredito nisso, e isso tinha me deixado assustada. Fiz uma articulação desse fragmento de Parmênides com a obra de Heráclito.

A minha interpretação para este fragmento é que, não importa o caminho que eu tome, o fim será sempre o mesmo, eu voltarei sempre pra onde comecei. Isso indica duas coisas:
  1. A vida é só princípio, um ciclo, onde o final é sempre princípio e o princípio é final;
  2. Todos os caminhos levam a uma mesma coisa.

Acerca do tópico 1. Ora, com estepensamento, Parmênides, podemos concluir que a avida é como um círculo, um ciclo, onde o final é o princípio e o princípio é o final. Este pensamento está em concordância com o fragmnto 103 de Heráclito: "Na circunferência, o princípio e o final se confundem." Ou seja, há como ser e não ser ["Descemos e não descemos nos mesmos rios, somos e não somos", Heráclito, frag. 49a], pois em medida que se faz final, já é princípio e vice-versa. Se eu voltarei pra onde eu comecei, o final se faz onde foi o princípio. Eles se confundem porque "[...] a mudança de um dá o outro reciprocamente" [Heráclito, frag. 88]. Princípio e final são contrários, mas constituem um binômio, a mesma coisa, são somente um.

Acerca do tópico 2, podemos dizer que se todos os caminhos levam a uma mesma coisa, para efeito, são os mesmos cominhos, e isso Heráclito também afirma no fragmento 59, que diz: "O caminho da espiral sem fim é reto e curvo, é um e o mesmo."

Ou seja, acredito que o 5º fragmento de Parmênides não seja o ideal para sustentar a imobilidade do ser, e acredito que quanto a esse fragmento, há até uma certa concordância com Heráclito, talvez seja por isso que de cara me encantei tanto com ele [o fragmento]. :p

Mas sinceramente, agora não discrimino tanto Parmênides. Sei lá porque. Antes eu tinha um puta preconceito com ele, mas parece que depois de algumas leituras, compreendi o ponto de vista dele. Acho que estou como o Calvin naquela tirinha sobre o "cubismo". Estou conseguindo enxergar de vários ângulos. Em partes, tá sendo horrível, confunde muito. Essa minha alta capacidade de compreensão às vezes me incomoda, às vezes me perjudica, às vezes me deixa a ver navios, às vezes faz com que eu [às vezes não, sempre] ceda por compreender o outro ponto de vista [mesmo que eu não largue o meu, na maioria das vezes]. A questão é, acho que estou conseguindo largar meus preconceitos. Acho que não odeio Parmênides tanto assim. Há falhas nos escritos dele, assim como há nos de Heráclito. Mas não sei, é uma questão de gosto, me identifico mais com Heráclito. Um dia quem sabe eu possa ler alguém que encontrou o meio termo entre os dois [que é no que eu acredito], quem sabe um dia eu mesma possa fazer isso?

Enfim, qualquer discordância, estou aberta a discussões, okay?

E-mail: lary.rfsl@gmail.com

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Por que sempre a vida?

Agosto está sendo um mês realmente produtivo pra mim, em termos de poesias e blá. Não estudar faz bem. Além disso, estou um pouco mais " a flor da pele", às vezes isso é bom. Bem, tenho escrito tanto, que daria uma postagem pra cada dia e ainda ia sobrar. Porém, não vou postar todos os dias porque senão posso ficar mais pra frente sem ter o que postar. :\ Sei lá, né? Não é todo mês que isso acontece. :T

Minha vida é o aborto de um poeta
Um projeto mal-feito
Uma passagem secreta
Um rio sem leito.

Minha vida é um abismo
Um atalho, um caminho,
Um trajeto que cismo
De percorrer sozinho.

Minha vida é incolor
Um fracassado fraseado musical
Formado só de dós de um dor
Que afiam meu bom e velho punhal.

Minha vida é belo perigo, anoitecer
É uma mazela, uma cancela
Onde paro pra escrever
Nas velhas páginas amarelas.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Novembro.


Caramba, às vezes não dormir pode ser produtivo. Agora, por exemplo, consegui realizar um dos meus maiores sonhos: o de fazer um soneto, e o que é melhor: sobre o mês que mais amo, novembro. Demorou, mas acho que valeu a pena. Não sei se ficou bom, mas aí está.

Soneto de Novembro

Exala o final do odor das rosas.
Novembro, dias incomparáveis.
Tão belo, setembro não chega a tal.
Novembro, tuas manhãs afáveis...

Novembro encanta, hipnotiza.
As pétalas de tuas flores são
Belos poemas e poesias,
Suaves notas de uma canção.

Nos jardins, casais entorpecidos,
Enlouquecidos, convencidos
De que a doce primavera acabou.

Arrancam flores, cores, amores
Das formosas pétalas, sabores.
Se bem me lembro, belo novembro.

sábado, 25 de julho de 2009

O Objeto


Vende-se um objeto obsoleto
Objeto sem alguma graça
Desnecessário, polissíndeto
Pelos anos, jogado às traças.

Dá alegrias e despesas,
Vive na mais perfeita monotonia
Alimentado por tristezas
Gerando prosas e poesias.

De muitas formas pode ser usado
Pode ser seu enfeite, bibelô,
Ou se preferir, pode ser trocado,
Em qualquer parte, num camelô.

Objeto manso e educado,
Sempre sorri, pouco fala
Se achar que ele se encontra alterado
Basta um olhar, ele logo se cala.

Vive de mentiras e farsa,
Para problemas, encontra solução.
Se interessar, leva de graça.
Não aceito devolução.

E a história do objeto,
Assim se sucedeu
Da tralha, do dejeto,
Do objeto, que era eu.

domingo, 12 de julho de 2009

There is nothing more for me...

...I need the end to set me free." Talvez.
Ah, a morte,
aos meus olhos, bela.
Por azar ou sorte,
peça de nossas mazelas.
Um dia assim imaginei.
Mas, morte, neste instante,
me pareces tão feia, suja,
inferno, estonteante.
Imploras pra que eu fuja.
Ontem assim desencantei.
Por vezes, pra ti, penso correr,
fugir do absurdo do mundo.
Mas se desejo não ver, morrer,
faço-me cúmplice, no fundo.
Hoje assim pensei.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ei, Lary, feliz aniversário! \o/

Bem, um dia normal, como qualquer outro. As pessoas sempre esquecem meu aniversário. :(
Minha mãe esqueceu meu aniversário, e a primeira pessoa que me deu parabéns, bem, eu não queria receber os parabéns dela. Que saco! As pessoas têm mania de estragar meu aniversário.
O Binho até que fez um esforço pra ser o primeiro a me dar os parabéns e não deixar que estragassem meu aniversário, mas ele dormiu. Ganhei de presente uma prova de matemática, uma prova de história e uma prova de bacteriologia. Uhúúl, que emocionante. Mas teve uma coisa que mexeu muito comigo hoje.
Fui buscar a Manú na Candelária, estava indo direto do colégio, estava super atrasada, como sempre. Mas dessa vez a culpa não foi minha, foi do trânsito. Cheguei lá e comecei a procurar por ela; eu estava andando rápido quando um homem me puxou pelo braço, e começou a falar da minha vida. Sabe, aquele homem me fez chorar. Falou sobre coisas das quais ninguém sabia. Pode parecer bobagem, mas ele me deu um esporro, com razão, sem me conhecer. Ele me fez enxergar que preciso mudar muitas coisas em mim, que preciso tomar jeito, que preciso parar de mentir, parar de piranhar, parar de beber igual a uma porca, entre outras coisinhas. E ele me falou uma coisa que eu acredito muito, sabe? Eu acredito que cada um tenha uma espécie de missão aqui no mundo, e ele me disse que muita gente precisava de mim, que eu ia ajudar muita gente, que essa era a minha missão e por isso eu precisava ir por caminhos certos. E eu sempre acreditei que essa era mesmo a minha missão. No final de tudo, ele me desejou feliz aniversário. Como esse homem sabe que faço aniversário hoje?? :O Fiquei chocada.
Confesso que este fato me fez refletir bastante sobre o que eu ando fazendo, sobre como ando agindo e até mesmo sobre escolhas futuras. Quem sabe agora eu não mude algumas coisinhas que sempre soube que precisavam de mudança? Talvez eu comece a praticar algumas coisas desde já. Mas sobre parar de piranhar e de beber feito uma porca, penso em mudar isso depois depois de amanhã, porque agora, eu estou indo pra Lapa. \o/

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lendas e prendas urbanas

Silenciosa, vem a madrugada,
Poucos são os passos
Pelos cantos, amassos
Amaciam essas calçadas.
Andam, vagam
E num beco qualquer
Um homem, uma mulher
Em busca de braços e abraços
Fundem-se, criam laços.
Imapcientes, tragam
Andarilhos pelas ruas
Toda gente, nua, crua
Protegidos, quiçá, despidos
Pela rainha do manto negro, a Lua.
Métrica horrorosa. Foda-se.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Uma vida não questionada não merece ser vivida, não é mesmo?

Pensar é uma merda mesmo, né? Não acho sentido pra vida. Não sei se vale a pena mesmo viver, já que a recompensa final daquele que vive é a mesma daquele que abdica da vida. Quero acreditar que o sentido da vida, a razão pela qual vivemos, a dita "recompensa" não se encontra no final do caminho, mas durante o trajeto. E se não for assim, fudeu!Torço pra que tudo o que eu acredito - aquilo, sabe, que eu acredito e não obedeço - seja mentira.[cruza os dedos]
Cansada do jogo da vida
De jogar, de apostar na sorte
Dela, só nos resta a ferida
E o prêmio final, a morte.

Neste jogo não há vencedores
O final não é chegada, é partida
Lembranças de dores, amores
São meros refúgios sem saída.

Oh! Meu Deus, está próximo o final
É chegada a hora sem vitória
Fecho os olhos, recuso o banal
Faço importante somente a minha memória.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sem sentido ou pudor.


Creio que pessoas não entenderiam. Não ligo, não é pra entender mesmo. Nem ficou bom, mas é o que tenho pra dizer. :T

Minha pequena trági-comédia
Sem freios, sem pudores, sem rédia
Minha menina, minha pequena
Ela age e a mim, condena.
De luz fosca e opaca
De mente insana e fraca
Assim ela é direcionada
Por mim, e mais nada.
Eu faço, ela me segue
Não fuma, mas bebe
Ela vive uma infinidade
Enquanto busco a liberdade.
Pelo sossego ela luta
Enquanto eu?
Puta Fico a imaginar
O que será de mim se ela se casar
Ela é inocente
Eu, indecente
Ela sonhava em ser freira
Enquanto eu, trepadeira
Ao invés de fazer sexo,
Pensa em coisas sem nexo
Enquanto eu pratico anatomia
A certinha estuda filosofia.
Ela me chama de cadela
Mas através de mim, realiza os sonhos dela
Com olhos febris
Ela me chama de infeliz.

sábado, 28 de março de 2009

No momento, o que me satisfaz.

Daquilo que é ruim, ilegal, mas me fazia bem. Dos meus vícios, algumas coisas a dizer:

Perguntam-me por que
Abandonei algo que me dava prazer.
Acontece que eu vejo o que ninguém vê,
Enxergo que isso é o melhor a fazer.

Cinzas

Cinzas são cicatrizes,
São do resto, o que resta
Sejam dolorosas ou felizes
Sejam de luta ou de festa.

São cinzas do cigarro que se apagou
Aquelas que encontro ou deixo pelo caminho
Entre os escombros do que passou
Na rua, à noite, oculto, sozinho.

São, elas, o que mais temo
Ao passo que o que mais procuro
Eu, uma criança sob o sereno,
Elas, resultado do meu abrigo seguro.

São meus medos, mentiras e inocências
Queimados, concentrados num reflexo agora turvo
São alegrias, vícios e inconseqüências,
Diante dos quais eu me curvo.

Cinzas são tudo o que eu sinto
E tudo o que menos sei
São tudo o que eu já fui, não minto
São tudo o que um dia, de novo, serei.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sem título

Sobre o escrito abaixo, nada a declarar. :)

Já não há razão em querer
O sol nasceu, fazendo-a esquecer
Diz: “Que pena, você me perdeu”
Aquela que te fazia sorrir te esqueceu.
Não lamente, meu querido
Não faça desse adeus algo sofrido
Alegre-se, pois ela ganhou a liberdade
E junto, um pouco mais de felicidade.
Não crê quando diz: “Eu queria”
Pois bem sabe que no final, mais sofreria
Pare, já não adianta mais tentar enganar
Em frente ela seguirá, sem para trás olhar.
Jogue fora suas lembranças
Siga em frente sem esperanças
De que um dia a tola amante
Volte a trilhar seu caminho errante.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma peripécia qualquer


Tão belo sorriso havia murchado, e a face, antes corada, havia desbotado. O verde de seus olhos tornava-se cinza, tão cinza quanto aquele céu, aquele céu de nuvens negras que por hora, fazia-a sorrir. O tempo, este parou de passar. Por um instante só se tinha presente, um constante presente, e o passado, que ainda se fazia presente. O futuro? Esse nunca existiu. Não havia nada no futuro que a interessasse, não era difícil prever. Aquilo seria eterno, e não havia como fugir. Enquanto vivesse, a memória seria sua eternidade, eterno, tudo o que estaria nela. Havia e haveria muitas coisas que o tempo simplesmente não poderia apagar. Ela estava tão vazia que sua alma já não tinha no que se sustentar, por isso vagava sem rumo. Emanava-se o tempo e, sob o relento, aquela carcaça seguia sem alento. Parava num bar, numa esquina, fugindo daquela sina. Ouvia as notas, mas não ouvia a música. De repente, dois de má sorte mais três: o que viria dessa vez? Fatalmente, encontra motivos para unir corpo e alma novamente. Incerta, insegura, receosa, une as duas partes em busca da totalidade, ao passo que adicionava àquela composição, singularidade. A eternidade ainda estava presente, sempre estaria, mas agora, ela podia ouvir a música inteira, e também via como se ouvisse. Aquela sina, não mais o seria. Ela sabia como e por quê. Curiosamente, ela se fazia notas e música.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano novo, tudo velho.

Ano Novo! A pergunta que me faço é: que velhas idiotices farei? Estou mesmo curiosa para responder essa pergunta...Nada novo. Tudo chato. Não pude dar minha primeira ida clássica, de todos os anos, à praia. O tempo tá feio, a água tá um nojo, eu tô menstruada! Wow! Que aninho maravilhoso que começa... Virei o ano com um puta porre de vinho, minha cabeça dói até agora. Sem muitas novidades, aquelas coisas de sempre: comida, comida, comida...Não que isso não seja bom, claro!, comida é sempre bom, mas não é novidade.
Algumas coisas me vieram à mente hoje de manhã. Creio que tenha sido o vinho, eu sempre fico muito sensível quando misturo bebida e TPM. Mas já passou.
Agora penso no meu futuro. Aquela perda de tempo básica, de todos os anos...Planejando coisas que nunca se realizam. Minha especialidade ;D Sonhar, sonhar...Cair. Boom! Nem uma sonoplastia legal eu poderia fazer ao cair; eu nem sou tão gordinha. O som seria algo parecido com 'kreck', tipo barulhinho de ossos quebrando, sabe? [imagino que este seja o barulho, eu nunca quebrei um osso].
Bem, este ano, ano de vestibular! Já me conformei que não vou passar esse ano, tá tudo bem. Incrível, tá tudo bem mesmo. Sinto os bons ares de 2009 chegando [balança as mãozinhas]. Bem, nada mais a dizer, é isso. Daqui a pouquinho vou comer mais, até ficar gorda. Aha! Isso pode ser uma novidade, quem sabe esse ano eu não engordo um pouquinho? :D

Cito até uma musiquinha do Alceu, que acho que é bem a minha cara, agora:

"Recomeçando das cinzas
Eu faço versos tão claros
Projeto 7 desejos
Na fumaça do cigarro."