quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Talvez eu esteja nalgum lugar
Não muito distante
Em uma esquina, num bar
Ou num abismo eqüidistante.

Se eu for real
Encontro-me em qualquer canto
Num lugar banal
Acompanhada de meu pranto.

Se eu for uma lenda, um personagem,
Encontro-me num livro ou num papel
Descrita à tinta, só miragem
Flores e cores, sem fel.

Quem sabe eu seja mesmo um mito
Do espelho, a outra face
Aquela que todos os dias fito
Do diário impasse:
Atiro-me ou me resgato?