quarta-feira, 28 de junho de 2006

O primeiro.

Alguns dias sem postar nada. Eu realmente estou um pouco sem criatividade, e as coisas na minha vida estão calmas, nada de tristezas, de alegrias muito grandes, um sentimento de indiferença, sabe? Isso significa que não tenho mesmo o que postar. Na falta do que postar, vou postar uma coisa antiga, de dois anos atrás [nossa, como é antiga! :O], algo que guardo com certo carinho e timidez.

Este é um poema que eu fiz quando tinha doze anos, na sexta série, o meu primeiro. Foi o único daquela época que fiz questão de não rasgar. Tinha um pouco de vergonha de mostrar para as pessoas, e tenho até hoje. Mas minha professora de Português da sétima série o publicou em um livro, e eu quis morrer. Todos leram, inclusive meus pais. Quase morri. Das pessoas que o leram, algumas me perguntaram se fui eu mesma quem fez, outras me chamaram de depravada, fizeram piadinhas, outras, ficaram horrorizadas, dizendo que era um absurdo porque eu era apenas uma garotinha de 12 anos.

Ps.: Ele está um pouco modificado [burocracias da língua portuguesa: colocação pronominal e conjugação de verbos. Na 6ª série eu não era muito boa em Português. Talvez não seja até hoje. :\].

Ps.²: É meio bobinho, mas leve em consideração o fato de que ele foi escrito quando eu tinha doze anos, eu era meio bobinha. :T [vergonha]

Sem título nem pudor: o amor.

Amor, o amor
Não é suficiente para convencer
Da perfeição de um ser
Para o outro.
Amor, meu amor,
Eu fui feita pra ti
E bem sabes que foste feito para mim
Mas meus amores são assim
Terceira pessoa não conjuga “amar”
Por tão triste sonhar, aqui venho chorar.
Sonhos, sonhos,
São somente esperança
Que a doce felicidade
Venha se tornar realidade.
Eu deito ao teu lado
Nua, vestindo apenas meu desejo
Sinto, na boca, teu doce beijo
Teu abraço caloroso
Faz-me delirar
Teu sorriso jocoso
Envolve-me,
Encanta-me,
Seduz-me.
Enlaçados, nos fundimos,
Unimo-nos,
Confundimo-nos,
Viramos somente um.
Já não se sabe onde começa um
E termina o outro.
Enquanto tu me fazes mulher
Entrego-me a ti,
Perco os sentidos,
Realizo as mais secretas vontades, pedidos,
Deposito em tuas mãos
Todos os meus desejos,
Perco a cabeça com teus beijos.
Tuas carícias me fazem enlouquecer,
Fazem-me te querer
Cada vez mais.
E assim, nos amamos loucamente.
Cansada de tanto amar,
Deito em teu peito para descansar.
Os raios de sol vão surgindo,
Acordo sorrindo,
Porém decepcionada.
Aquele era apenas um dos muitos sonhos
Em que tu e eu somos personagens
Sonhos, sonhos, são apenas miragens,
Retrato do desejo, da vontade,
Daquilo o que eu queria de verdade
Acordar no meio da noite, no breu,
Poder dizer que tu és meu,
Ser feliz com o simples e por vezes banal:
Poder conjugar o verbo “amar”
Na terceira pessoa do singular
E na primeira do plural.

Escrito em 11 de Junho de 2004.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Seco, profundo, fatal.


E bem normal. Algo para descrever minha sina, essa minha rotina [que não suporto].

Vida injusta, vida incerta,
Vida confusa, vida sofrida.
Mal vou ao teu encontro,
Já penso na despedida?

Essa hora está sempre próxima
Aproxima-se, sorrateira, ao anoitecer
Agora, te tenho aqui comigo.
Mas onde estarás ao alvorecer?

Você vai, me transpassa
Um afiado punhal.
“Adeus, meu bem...”
Seco, profundo e fatal.

Quando esquecerei da dor eminente?
Talvez quando outro bem encontrar
Quando eu me der conta
De que essa dor sempre virá.

E só de pensar, me vêm as lágrimas.
Essa rotina, ao meu ver, não é normal.
“Adeus, meu bem...”
Seco, profundo, fatal.