segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Observo através de um furo
Furo que ultrapassa o muro
Dali vejo uma sacada
E aquela velha escada
Entre tantas coisas, você.

Encaro por alguns instantes teu rosto
Teu olhar, vidro fosco
Reflete entre avenidas e vielas
Tuas chagas e mazelas.
Olho e choro.

Tento resgatar aqueles momentos
Que por hora, fugiram de mesu pensamentos
Aquele sonho, aquele amor
Escapou-me como vapor.
Foi melhor assim.

Afinal, o que nos esperava?
Uma tragédia, em vida, encenada
eram somente meus sonhos e brios
Não levariam a nada, só ao vazio.
Não era verdade, só vaidade.

Hoje pela manhã, nos cruzamos
Sabemos dos sonhos que sonhamos.
Jamais trocamos uma só palavra,
Aquele sentimento nos travava:
O impossível nunca será.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Nas calçadas, nas esquinas.

Sobre um ocorrido um tanto quanto curioso. Ai, meu Deus, essas coisas só acontecem comigo. =p

O brilho do meu olhar,
Já tão fosco
Perde-se naquele olhar,
Naquele rosto.
Almas despenadas seguem seus caminhos
Eternos anos de má sorte
Perdem-se em meio a ventos e redemoinhos.
Na tentativa de vencer a morte.
Vejo de longe, a marcha de maltrapilhos
Clamam famintos, desesperados
Loucos, seguem, andarilhos
Perdidos, marginais, rejeitados
Nunca me doeu tanto o descaso
Como carregam tão pesado fardo?
Teria sido destino ou acaso
Nossos olhos terem se cruzado?
E o brilho do meu olhar,
Já tão fosco
Perdeu-se naquele caminhar
Naquele rosto,
Naquele rosto.