sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Adeus, velho!


Dia tenso ontem. Aliás, os últimos dias têm sido muito tensos. Amanhã será um dia tenso; domingo também. O que eu posso fazer? Nada. Fico me perguntando até onde vai esse inferno que tem sido a minha vida em 2010. Ainda não acredito, 8 dias e tanta confusão, tanto estrago. É difícil acreditar.

Minha mãe só tem feito piorar. Tudo só tem feito piorar. Minha noite foi um caos. Passaram um milhão de coisas pela minha cabeça; e pelo meu quarto. Todas essas coisas, tão perturbadoras... Todas elas colocavam pra longe de mim os meus sonhos, meus anseios. Todas elas diziam que ainda não era hora, não era hora de conquistar nada. Tudo ainda está tão longe de mim... Segunda eu chorei, terça eu chorei, quarta eu chorei, quinta eu chorei, chorava como um bebê mimado; e hoje não tenho lágrimas.

Quero acreditar que esses 10 primeiros dias de janeiro são resquícios de 2009, e que este, nem foi um ano tão maravilhoso assim. Quero acreditar que o ano novo mesmo, vem na virada do dia 10 pro dia 11, um ano realmente novo, passados os vestibulares e blá. É dia 11 que começa o meu ano novo, o tão [ou nem tão] esperado 2010.

Enfim, vestibulandos de todo o Brasil, 2010 está finalmente chegando para nós. Boa sorte à todos nessa difícil jornada pra não deixar de serem estudantes e virarem os mais novos desempregados do Brasil [exceto para aqueles que vão prestar pra Biologia na UFRJ, que por sua vez são meus concorrentes. Eles não precisam de sorte, tirar a minha vaga é a coisa mais fácil do mundo. =\ haha].

Beijão! ;*

Mudaram as estações,
As cores, sabores
E as nossas visões.

O céu agora está coberto,
Não se vêem estrelas nem a lua.
Até o amanhecer é incerto.

Mudaram as estações,
As cores, as flores
E até as monções.

O longe, se tornou perto
E agora há chuva
Até no deserto.

E porque o tolo, nada esperto,
Não haveria de sofrer,
De deixar em aberto?

Mudaram as estações,
As cores, os amores
E também as emoções.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

In my blue...

...sky? Não.

Caramba, 2010 já. Há quantos séculos eu não posto [eu e minhas hipérboles novamente aqui]. Voltei a postar. Aliás, voltarei a postar. Isso é uma promessa. Vocês já devem saber o por quê [por que ela volta a postar, hein?]. Bem, confesso estar odiando 2010. Sei que o verbo odiar é um verbo muito forte, e vocês sabem que não costumo usar esse tipo de palavra em vão. Pois é, eu realmente estou detestando esse ano. Isso é um desabafo. Nada que mudasse a minha vida pra melhor, até agora. Só catastrofe, a começar por aquilo que aconteceu lá em Angra [agora vocês lembraram que sim, 2010 conseguiu ser um ano HORROROSO em menos de uma semana de existência]. Meus problemas não são lá, problemas, perto disso. Nada o que se compare a 30 mortes. Não, não, ninguém da minha família morreu [graças à Deus]. Mas 2010 ainda pode subir no meu conceito. A última chance é esse final de semana agora, quando faço a prova da segunda fase da UFRJ. Português, Redação, Biologia, FÍSICA e QUÍMICA. Se fode aí, Laryssa! ;D

Venho por conta do ensaio da repetição de uma história que se passou a 5 meses atrás. Que vida chata, né? Tudo se repete. "Lá vem, lá vem, lá vem de novo..." [Renato Russo sempre cai bem, cara - Giz] "Mas tudo bem, tudo bem, tudo beeem...". :P Isso tá começando a me fazer pensar que Heráclito podia estar errado [que decepção, passar sua vida toda vulgo três anos acreditando na filosofia de um cara pra depois descobrir que está completamente errada! Bem, nunca é tarde pra voltar atrás]. Porque por mais que a paisagem ao redor mude, o rio é o mesmo. Rio será sempre rio, independente de qualquer coisa. Se a essência é a mesma, nada mudou. Ou não, ou isso prova que Heráclito estava realmente está certo, porque os fatos da minha vida mostram que o caminho do espiral e da reta são um só: todos eles dão no mesmo lugar! Que se foda se a paisagem dos caminhos, dos rios muda. É tudo continua sendo a mesma merda, em essência [cara, esse fato da essência não mudar é que quebra, porque a Heráclito defende a mutabildade da essência .  E a essência do espiral é diferente da reta, então não são a mesma coisa, oras. Ai, tô confusa /drogas]. Ai, cacete. Não importa se Heráclito está ou não certo, o que importa é que a essência dos fatos na minha vida tem sido a mesma, isso é fato. Ou seja, nada mudou, minha vida anda em círculos [tá vendo que até minha reflexão sobre Heráclito tá andando em círculos]. Uhhúúl! Deve ser por isso que ando tonta ultimamente [risos]. Ou será que ando em círculos porque estou tonta? o.O [filósofos, depois desse parágrafo, me matem!]

Enfim, tenho rabiscado algumas coisas ultimamente. Rabiscado com certa saudade. Saudade de tanta coisa, de tanta, mas de tanta gente que caga pra mim, hunf!. Saudades do ano que passou. Momento S.O.S. da minha vida [Saudade, Ócio e Solidão]. :P Imagina que divertido viver desse jeito /ironia. Como eu dizia, tenho rabiscado, mas nada de grandioso, sabe? Tenho tido preguiça até pra escrever. Mas tem certas coisas que você precisa colocar pra fora de alguma forma, e eu lembrei que, tirando me debulhar em lágrimas, escrever mesmo que mal e porcamente é a única forma que eu sei. Não choro porque eu tô treinando virar homenzinho, e homenzinho não chora. Cara! Por falar em homenzinho, acabei de lembrar que tenho que terminar minha monografiaaa! FUDEU! Agora é que vai tudo pro caralho mesmo... Aproveito pra fazer um apelo:

por favor, quem entender do tema "Mudança  do papel social masculino/paterno a partir do movimento feminista", ou sobre feminismo, masculinidade ou paternidade, favor entrar em contato comigo. URGENTE!

Voltando ao que eu dizia... eu tô 'vomitando' aqui [adoro usar essa expressão], sabe?  Colocando os excessos pra fora, aquela coisa amarga que se chama bile todinha pra fora, pra ver se eu melhoro. Isso é resultado de uma sobrecarga no meu fígado emocional, de tanta toxina [ou seja, tudo o que tem de ruim dentro de mim e que tá me fazendo mal] pra ser metabolizada. Peroxissomos exaustos. Peroxidase na reserva /metáforas bombando.

Enfim, escrevi qualquer merda e vou postar [tenho uma certa necessidade de chamar a atenção que faz eu tornar meu sofrimento algo público, sacou? Pelo menos não digo que vou me matar e depois apareço, como quem não quer nada].  Me perdoem por ser uma pessoa tão necessitada de atenção [sim, eu sei, já tô pensando seriamente naquela idéia da melancia como adorno do meu comprido pescoço].

Bem, me desejem sorte no sábado e no domingo. Muita sorte! Todo tipo de mandinga [pra eu me dar bem, é claro] é bem-vindo! HAHAHA
beijocas!! ;*

Foi com certa impetuosidade que agi quando cedi, no momento em que eu devia me conter , sem silenciar o que fazia o meu mais nobre dom, a razão, se inibir.

Tudo o que tenho é medo.
Medo do vento, do tormento,
da confusão.
Medo do tempo, do relento,
da solidão.
E quando vem cedo,
temo o contentamento, o alento
Uma simples paixão.
Pois quem saberá o momento
De dar as mãos?

"...[filho de] Recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio ele recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista: e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no mesmo dia ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita, graças à natureza do pai; e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem empobrece o Amor nem enriquece, assim como também está no meio da sabedoria e da ignorância. Eis com efeito o que se dá. Nenhum deus filosofa ou deseja ser sábio - pois já é -, assim como se alguém mais é sábio, não filosofa. Nem também os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o difícil da ignorância, no pensar, quem não é um homem distinto e gentil, nem inteligente, que lhe basta assim. Não deseja portanto quem não imagina ser deficiente naquilo que não pensa lhe ser preciso." 
Platão, em O Banquete.



Obs.: me lembrem de odiar aquele puto que me amaldiçoou quando me deu de presente O Banquete, de Platão, todo grifado em partes específicas.

Obs.²: Sinceramente, depois de ler algumas vezes tudo, essa postagem e tudo o que escrevi, acho sinceramente que o meu ciclo hormonal está completamente desregulado. #TPMrulez


Obs.³: Esse merece o prêmio de post mais longo e sem noção do blog.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Blacks go out.

Sexta-feira 13. Meu dia da sorte. \o/

Vidinha mais ou menos. Tá tudo tão calmo, tão calmo, que chega a assustar. Semana que vem é a última semana de aula; na outra, viajo para Brasília e no domingo desta semana de Brasília, ainda faço o vestibular da UFF. Na semana seguinte a essa, ENEM e apresentação de monografia. Pode não parecer, mas minha vida está tão, mas tãão calma... [e isso nem é ironia] Minha paz interior me faz esquecer de lutar por certas coisas, como por exemplo passar de ano. Mais zen do que nunca.

Enfim, tá tudo na mesma. É ótimo quando você já tem emprego garantido, e por enquanto caga um pouco pro futuro, está feliz e tmeporiariamente parece que não lhe falta nada na vida. Isso é maravilhoso. =DD

E hoje me atrevo a repetir, devido ao apagão de terça, um poema já postado aqui anteriormente. =D

Silenciosa, vem a madrugada,
Poucos são os passos
Pelos cantos, amassos
Amaciam essas calçadas.

Andam, vagam
E num beco qualquer
Um homem, uma mulher
Em busca de braços e abraços
Fundem-se, criam laços.

Imapcientes, tragam
Andarilhos pelas ruas
Toda gente, nua, crua
Protegidos, quiçá, despidos
Pela rainha do manto negro, a Lua.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

[Re]Colorindo o cinza cor do céu.

Já consigo sentir os ares de novembroo... Que mês belo, que mês belo [e igualmente tenso pra mim]. Ajustes finais da monografia, vestibular da UFF, preparação para o ENEM, últimas provas de História, de Geografia... Ai, pensar que nunca mais vou ver isso na minha vida por obrigação me deixa tão, mas tããão feliz. Não vejo a hora de me entregar ao que mais gosto *-*. De estudar a vida [no sentido biológico, óóóbvioo]. Biológicas é o que há, mas sentirei saudades de Filosofia e de Matemática. ='(

Bem, desviando o assunto, é engraçado você acordar e de repente não sentir aquela mágoa, aquele rancor, aquele desejo de vingança. É sempre engraçado algo mudar da noite pro dia. Sabe, reparo que o processo de libertação, pelo menos comigo, não passa de um processo para que eu possa me aprisionar de novo. É muito bom se libertar, muito bom mesmo, só não sei se é melhor do que se aprisionar. Efêmeros personagens, até quando vos atrairei? Hoje, pelo menos por enquanto, eu me sinto livre.

Talvez esse seja o momento em que eu paro de escrever. Paro mesmo. A escrita necessita de certo sofrimento e se você não sofre, você não consegue escrever. Comigo é assim. Nada de angústia, tristeza, nostalgia, nada que me motive a escrever. Provavelmente ficarei durante um bom, booom tempo sem postar aqui, a não ser que me dê vontade de falar sobre o meu dia. Inclusive estou com o projeto de um blog novo. Mas creio que poesias e versinhos gays não sairão tão cedo...

Por falar em coisinhas gays, domingo teve a parada gay. Foi fooooda! Selinhos em Drag Queens à parte, foi muito bacana. Praia de 10hs às 22hs. Bem, mas pegar sol que é bom, nada. Choveu pra cacete. Bebi horrores, muito mesmo. Conheci pessoas bacanas, interessantes e absurdamente loucas [ai ai, advérbios de intensidade]. Eu estava tão bêbada que cantei até axé [vergonha], e além disso meu ADH nunca foi tão, tão inibido. Banheiros químicos podem salvar a vida de pessoas! Um salve para os banheiros químicos. Enfim, cheguei em casa um bagacinho, mas valeu suuuper à pena. Comunidade gay, mara.

Ontem não fui ao estágio para ir à praia com uma certa pessoinha [:)]. Inventei lá no estágio que estava doente. PUTA QUE PARIU, por que inventei essa merda?? Por que não dei qualquer outra desculpa? Hoje eu acordei com a minha amidalite atacada, ela não atacava há uns 4 anos! Minha garganta está praticamente fechada, eu não consigo comer [que absurdo, eu NÃO CONSIGO COMEER! Mas mesmo assim forço a entrada de comida, óbvio, o que deixa minha garganta mais fodida.], e já apresento dificuldades pra respirar. Minha garganta está realmente obstruída. Febre eu ainda não apresentei, mas é questão de tempo. Resultado: hoje não fui pro estágio e realmente tenho motivos pra dizer que é por motivo de doença. Imagine o caos: eu flambando aquelas alças sujas de aspirado traqueal, cheias de Streptococcus pyogenes, com meu organismo debilitado, inspirando deliciosamente aqueles aerossóis de bactéria?? Uhúúl, isso iria me deixar bem, bem mal. Bom, quem sabe assim não continuo escrevendo a minha monografia?

Quero postar um texto mas estou com muita, muita vergonha, acho que não postar porra nenhuma. Acho que este texto eu vou postar no outro blog. Vergonha demais pra postar aqui. =p Acho que vou acabar postando algo bem fossa mesmo, mas que fique claro que é de algum tempo atrás. ;D

Escrito em 01/09/2009.

Esse cinza me entristece
Ofusca o brilho das demais cores
Em meio ao preto e o branco aparece
Enfeitando alheias dores.

Cinza que esconde o céu estrelado,
Cinza é a cor do meu céu
Transparece o sol meio apagado
Iluminando o meu chapéu.

Cinza é a cor do meu desapreço
Da minha angústia, do meu anseio,
A cor dos poemas que bem conheço
Do que eu escrevo, mas não leio.

Há quem diga que cinza é a imensidão
O escuro, o obscuro, a incerteza,
É medo presente no coração
De quem se refugia na tristeza.

Ah, eu estava pensando, pensando... Aí me deu vontade também de postar uma outra coisinha. Não tudo, mas só um trechozinho. Às vezes sinto que preciso me livrar aos poucos das coisas; eu realmente preciso. Bem, o que vou postar agora foi escrito em 29/08/2009. Agosto foi realmente um mês muito produtivo. Não sei, mas acho que odeio agosto.


[...]

Distraída, contemplei a paisagem
Meu olhar em seguida se desviou
Eu fitava mais um efêmero personagem.

[...]

Diferente, aquela despedida não era fatal
E cada palavra sua me reconquistou
Tudo era tão bom que nem parecia real.

Um profundo olhar e o último adeus
Deu-me as costas, se virou
Foi a última vez que vi os olhos seus.

Seus passos, já não se podia ouvir
Como aquela rua, um pedaço de mim calou
Via aos poucos sua imagem se esvair.

No horizonte, você sumia
E o brilho do meu olhar se apagou.
Em frente, eu seguiria.

Sai o sol, a lua adormeceu
Posso ver os restos da noite que passou
Os pedaços do que em mim, morreu.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

“I’m just a jealous guy.”

John Lennon.

Hoje foi um dia bem normal. Mas, como todos os dias da minha vida, não podia deixar de ter algo bizarro. Na verdade não é nada bizarro. Bizarro porque eu sempre acho que o Universo está em sintonia comigo e eu estou em sintonia com ele; uma sincronização bizarra, mesmo! Acho que Deus é isso, é essa sintonia bizarra [estou exagerando no “bizarro” hoje] que une todas as coisas no Universo. [/drogas] Sabe quando parece que tudo no mundo fala com você, quando parece que todas as situações que ocorrem na sua vida querem dizer alguma coisa pra você, mesmo quando, a primeira vista, não pareça? Então, isso tem acontecido com uma freqüência fora do normal comigo.

Meu professor de Matemática [olha isso, de Matemática!] começou a falar de autonomia. Autonomia, sabe, em nossas ações, nossas decisões... Tomou quase que uma hora da nossa aula falando sobre isso [eu já impaciente, seca, como um viciado em abstinência, querendo altas doses de geometria analítica]. Uma fala dele, em especial, mexeu bastante comigo. Pode ser bobo, mas mexeu comigo. Ele disse que não é digno de admiração aquele que não peca não porque opta por não pecar, mas porque se priva de tudo o que possa o expor ao pecado. Admirável é aquele que se expõe ao pecado, o enfrenta e não se deixa levar por ele, é aquele que se deparou com uma situação em que ele poderia pecar ou não e escolheu não pecar. E é a mais pura verdade. Eu trouxe isso pra minha vida. Tenho passado por muitas situações assim, em que eu as supero não porque as enfrento, mas me tranco, fujo, para não ser afetada por elas; ignoro a existência delas. Eu realmente creio que as coisas não acontecem por acaso, era pra eu ter ouvido aquilo ali, naquela hora. Eu precisava ouvir.

A propósito, estou escrevendo uma carta muito foda pra entregar ao Márcio no último dia de aula, eu sinto que preciso. Ele deve saber o quão importante foi/ está sendo pra mim ao longo destes três anos. Ele contribui ENORMEMENTE pro meu amadurecimento e pro meu crescimento pessoal. Ele me apresentou Freud, Focault, Psicanálise, Filosofia da Matemática; ele chegou a me fazer pensar em cursar Matemática na faculdade, olha que absurdo! Quando ela estiver pronta, eu posto aqui [talvez]. Só um parêntese: tadinho, na quinta-feira passada foi aula dele também; eu estava indo embora quanto encontro com ele indo para o colégio. Ele disse: “Você tá bonita hoje” [acho que é a primeira vez que vi o Márcio elogiando alguém ao invés de esculachar], aí eu mando uma assim: “Obrigada. Bonita para matar a sua aula.” ’ Coitado, ele nunca mais vai elogiar ninguém. O pior de tudo é que eu REALMENTE não assisti à aula dele naquele dia. Achei que hoje ele fosse ficar puto comigo, mas nem ficou, sorriu pra mim, me deu um abraço e tudo. Ah, ele me adora, vai! Ele disse que é impossível ser normal naquela turma estudando com uma pessoa que lê Wood Allen e é completamente despirocada [vulgo eu]. Disse ainda que a humanidade se tranca, se aliena pra não ter que encarar a existência de malucos/psicopatas como eu. “Seu nascimento foi a assinatura da sentença de um mundo perdido. Esse dia vai ficar entrar pra História. Você não presta.” Essa excrotice dele faz dele um dos caras mais fodas do mundoo! Adoro pessoas excrotas. *reverências*

Vamos à diante na lista “Coisas estranhas que só acontecem a Lary”. Um cara que, nunca falei na vida, que nunca vi na vida, me parou na rua, virou pra mim e disse que eu estava numa fase de transição da minha vida, uma fase muito conturbada, turbulenta e que muita gente precisava de mim. Mas que, antes, eu precisava resolver a minha vida, resolver coisas que só eu podia resolver pra daí então, ajudar essa gente. Disse que eu precisava primeiro cumprir/completar o meu karma [que merda de karma é esse? Em vidas passadas devo ter sido muito filha da puta, uma destruidora de casamentos, lares e famílias, né?] antes de fazer qualquer coisa, de ajudar qualquer um, antes de estar liberta para a minha vida, de ser “feliz pra sempre”. Disse um “tchau, Laryssa”, virou as costas e foi embora. Como assim? Que diabos é isso? Como ele sabe meu nome? De repente parece que todo mundo sabe o meu nome, sabe da minha vida, porra! Que merda é essa? Todo mundo sabe mais da minha vida do que eu. Eu por acaso tenho uma placa escrita na testa “Por favor, me parem na rua e leiam a minha sorte/ meu futuro? Ps.: Não se apresente nem diga boa tarde.” E já não é a primeira vez que isso acontece comigo. No meu aniversário [há exatos 75 dias] aconteceu a mesma coisa...

Enfim, esquisitices a parte, acho que estou evoluindo em algumas coisas e regredindo em outras, certa pesso que o diga [¬¬’]. Fico triste de ver que não tenho maturidade pra enfrentar certas situações, em me ver apenas como uma menina. Como se não bastasse, mimada, muitas vezes. E talvez eu realmente não passe de uma menina. Sabe, você buscar sempre a maturidade perfeita e perceber, de repente, que você é um ser completamente imperfeito e que terão sempre situações em que você não terá maturidade pra enfrentar, mas irá adquirir; outras em que você não terá e não conseguirá adquirir maturidade pra enfrentar, porque você não é perfeito, porque muitas vezes é cabeça-dura. Eu percebi também que talvez eu esteja no início de uma nova crise existencial. =\ Oh, merda! Antes dos vestibulares NÃÃO!

Mais um enfim e eu acho que posso postar meus textos. Bem, na verdade, eu não ia postar as poesias que postarei, eu troquei de última hora, última hora mesmo. Como quase tudo o que escrevo, nenhuma das duas tem título. Não tenho criatividade pra títulos e também não quero nada clichê [apesar de eu ser clichê muitas vezes =p]. A data de uma não importa, nada importa. E a da outra, bem, esqueci de colocar quando escrevi =\.

Obs.: Só estou postando essas coisas porque hoje é hoje, eu estou bem para fazer isso. Se fosse qualquer outro dia, eu com toda certeza não postaria.

Viver de lembranças
É coisa que ninguém quer
Mas quem sabe a criança
Que habita a alma da mulher?

Contra um sopro de esperança
Um vendaval de realidade.
Quem é que não balança
Ao andar pelas ruas desta cidade?

Nossos abraços e amassos
Desenhados em todos os muros
Por onde passo, nos refaço
Em cada canto escuro.

Recuperando a cada esquina
Os abortos da memória
Em meu peito, como um filme, desatina
O flash back daquela história.

A próxima é bem pequena, sucinta, saudosa e igualmente sincera.

Na caixinha, guardo a fotografia
E os escritos de um bar
Revejo tudo ao som da melodia:
Refrões de bolero me fazem lembrar.

Ouço com atenção, paciente
Juro que não é inconseqüência
Mesmo que pareça incoerente
É doce a tua ausência.

Ainda guardo a fotografia
E assim, pro teu sorriso posso olhar
Ele flui ao som da melodia
Refrão de bolero me faz lembrar.