segunda-feira, 19 de outubro de 2009

À linda mulher que me protege.

Caramba, é incrível perceber o quanto a minha vida está mudando, e mudando pra melhor. Não tenho muita coisa pra dizer hoje, só sei que estou mais ligada ao meu lado espiritual, mais ligada do que nunca e isso é bom, me faz bem. Sinto-me satisfeita, preenchida. (:


Amargo Caminhar

Contemplava distraída o caminho deixado pela trajetória irregular das tristes gotas refletidas no espelho. Ao final, podia sentir no canto da boca o salgado gosto da dor. Sabia que se pudesse sentir o gosto do sentimento de abandono, ele seria amargo. Como compreendia não poder prová-lo, apenas sentia a sua presença, pulsante dentro de si, fazendo com que os batimentos de seu coração se transformassem em um incômodo latejar.
Com o tempo, o gosto ia se tornando agridoce. Era confortante saber que ainda conseguia encontrar os pequenos diamantes quentes escorrendo já sem pressa e sem vontade pelo seu rosto mal-tratado. Sentava de pernas cruzadas, com seu olhar vazio, fundo de dor, raso de lágrimas, buscando o menor vestígio de algo bom em que pudesse se agarrar. Não achava. Pensou em um novo caminho e sentiu a ânsia de tê-lo para si, na tola tentativa de se sentir melhor.
Paralisada, ficou contemplando o caminho recém-formado. Entre medos e dúvidas viu um novo jeito de caminhar. Uma linha vermelha vibrante desenhava rios em seu pulso que terminavam no chão, em pequenas gotas solitárias. Mergulhada em toda a sua indiferença, ela compreendeu que o fim era inevitável. Se matar um pouco às vezes é essencial para que se consiga continuar a viver.

Texto adaptado escrito por Mayara Veloso. (:

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