sábado, 25 de julho de 2009

O Objeto


Vende-se um objeto obsoleto
Objeto sem alguma graça
Desnecessário, polissíndeto
Pelos anos, jogado às traças.

Dá alegrias e despesas,
Vive na mais perfeita monotonia
Alimentado por tristezas
Gerando prosas e poesias.

De muitas formas pode ser usado
Pode ser seu enfeite, bibelô,
Ou se preferir, pode ser trocado,
Em qualquer parte, num camelô.

Objeto manso e educado,
Sempre sorri, pouco fala
Se achar que ele se encontra alterado
Basta um olhar, ele logo se cala.

Vive de mentiras e farsa,
Para problemas, encontra solução.
Se interessar, leva de graça.
Não aceito devolução.

E a história do objeto,
Assim se sucedeu
Da tralha, do dejeto,
Do objeto, que era eu.

domingo, 12 de julho de 2009

There is nothing more for me...

...I need the end to set me free." Talvez.
Ah, a morte,
aos meus olhos, bela.
Por azar ou sorte,
peça de nossas mazelas.
Um dia assim imaginei.
Mas, morte, neste instante,
me pareces tão feia, suja,
inferno, estonteante.
Imploras pra que eu fuja.
Ontem assim desencantei.
Por vezes, pra ti, penso correr,
fugir do absurdo do mundo.
Mas se desejo não ver, morrer,
faço-me cúmplice, no fundo.
Hoje assim pensei.